
O plano não eliminou a clássica estruturação espacial das grandes cidades brasileiras: o contraste entre as áreas centrais reservadas as camadas médias e às elites, de um lado, e as periferias populares, de outro. Mas operou uma transformação radical neste esquema, abrindo um espaço vazio entre a área central (o Plano Piloto) e a periferia (as cidades- satélites). O elevado preço dos terrenos no Plano Piloto empurrou os mais pobres para os núcleos urbanos satélites, que cresceram como verdadeiras cidades-dormitórios.
Assim que Brasília ficou pronta os trabalhadores (candangos) não tinham intenção de deixar a cidade, por isso as cidades-satélites, embora não estivessem formalmente previstas no plano desenvolveram-se para proteger este plano, evitando a concentração da pobreza no interior do Plano Piloto. Desta forma a capital cresceu como cidade polinucleada: uma única aglomeração urbana dispersa territorialmente em diversos núcleos separados. Estes são chamados de Regiões Administrativas, já que a constituição impede a formação de municípios autônomos no Distrito Federal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário